sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Boas Festas!!!

O Culinária tosca acorda de seu sono para lhe desejar boas festas.
Foi um ano bom. Aprendi muitas receitas, comi, bebi e continuo engordando, muito.
A cerveja tem sido minha companheira. Nesse ano de 2010 conheci gente nova através de velhos amigos, temos uma banda, celebramos, e em 2011 vamos estourar, teremos um sucesso maior e menos estrábico que o do Luan Santana. Olharemos para um único ponto no futuro, com o foco no sucesso de Heleninha Roitman and the Punk Tosko Full Glass Band Project, e não olhando para dois lugares ao mesmo tempo como faz o Luan.
Falando em dois pontos, hoje na cozinha de meu pai preparo o pernil da ceia que postarei em breve aqui no blog, mas me divido entre a casa da sogra e a do pai, transito pelas duas cozinhas feliz da vida e aprendendo muito com esses bons e sábios professores. Lembro dos sandubas que fiz e das comidas que vi fazerem e esperava ancioso para comer.
Ontem enquanto esperava o vinho branco para finalizar o preparo do molho para marinar meu pernil de porco, fui tomar uma cerveja no Mini-Mercado Progresso, lugar onde comprei, mas meu pai pagou, todos os vinhos e os vicios que tive na faculdade, onde sempre tomei um café nutritivo com pastel e coca-cola antes de tomar o ônibus rumo ao campus universitário. Entre uma cerveja, Polar era a marca dessa que bebia, e uma cachaça da região, ajudei o dono do mini-mercado, Luiz, a fazer letras para colocar nos perus de natal. O homem ia assar em sua full HD televisão de cachorro. As encomendas iam de, peru para dona Marta, para ela um M de arame, peru para o Mariano, minha obra prima, um M e um A juntos no mesmo arame, jóia rara, peru para o Pedro um singelo P.
Alicate, arame, na mão, e cachaça como pagamento, essa é a vida que eu quis, como diria Cazuza. A cada letra e gole pensava no ano, na vida e no meu dia como cozinheiro e como auxiliar. Incrível, dois momentos, sou chef e sou peão. E isso dá o que pensar. Dois pontos de vista.
A menssagem que fica para mim, neste fim de ano e para o próximo que se aproxima, se resume no pedido do astronauta de mármore, Bilú!
Apenas busquem conhecimento.
Boas Festas!

Esse filme da Vergonha Alheia Própria Produções,  conta com o argumento e trilha sonora de Tosca. Direção, concepção, realização, colaboração, criação e principalmente consideração, minha amada Lucia de Menezes Farias, a gatinha.
Esse filme é dedicado a Alice e todo amor que ela representa.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

"A dorada ambrosia da avó de minha fia!!"
















Sábado frio em São Paulo, véspera da eleição presidencial de 2010.
Três casais, se reúnem. Três homems e três mulheres, como manda a bíblia. Juntos numa mesa comem pão, bebem vinho, outros cerveja, queijos, pastas e fiambres. Em pauta os caminhos da política brasileira, os personagens da eleição, os deputados estaduais e federais, os senadores, o governador e claro o presidente da república. A mesa palco da democracia, trazia opiniões diferentes, e cada canditado, menos o Serra, apresentava inumeras qualidades que cativava um ou outro eleitor da mesa.
Dilma por ser o primeiro homem de sexo feminino a liderar as pesquisas como presidente da república.
Marina Silva por ser a única mulher concorrendo a presidência.
Por fim Plinio Arruda Sampaio, o burguês socialista zumbi, de língua afiada.
O amargor da conversa nos fez rapidamente optar por uma sobremesa.
De bico doce, com diria meu sogro Paulo Xavier Faria, marido de Elusa Menezes, dona da receita de ambrosia que fiz para adoçar o bico dos eleitores para logo mudarmos o paladar de nossa prosa.
Cada um com seu canditado e nenhum com o Serra, seguimos a noite falando outras bobagens bem mais importantes e relevantes que política.
Foi a primeira vez que me arrisquei a fazer a ambrosia da sogra, conhecida por muitos como a melhor ambrosia do mundo. Já vi cenas lindas e outras dantescas por conta do doce de ovos de minha sogra. Já vi Mauro seu irmão levantar um pote dourado do doce como o troféu mais cobiçado do mundo. Vi um protesto de mulheres Menezes com cartazes e megafones, naturais, pois estas são boas de goela, gritanto alvoroçadas...
– Ei Baia mereço ambrosia!!
Pois este doce dos deuses, como também é chamado, só é dado no natal para os homens da familia.
E um deles, o menino Eduardo Menezes, duda, abriu o pote conquistado, e me tirou do meu autismo enquanto eu desenhava em meu caderno, o que é muito difícil. O rapaz em questão, pediu a atenção de todos, inclusive a minha, abriu a tampa do seu vidro ambrosia e na frente dos presentes deu uma horrenda escarrada no doce, proferindo as seguintes palavras...
– Essa é só minha!!
Eu que não saio do meu autismo para nada, me arrependi de ter saído pela primeira vez e me deparado com tal cena. Enfim, decidi que o melhor que poderia fazer por mim além de lavar meus olhos com muita água e pimenta, seria aprender a fazer a receita de minha sogra.
Quando veio para São Paulo pela primeira vez, minha sogra fez sua famosa ambrosia em meu fogão. Quanta honra, eu um pequeno aprendiz, observo atententamente o delicado processo de feitura do doce, anoto as medidas e guardo o caderno por três longos anos.
Os anos passam, nasce o blog, nasce alice, renasce a esperança e com ela a coragem de fazer a receita mais perfeita e intimidadora de ambrosia, no dia 02 de outubro de 2010.
O resultado?
Ainda falta muito para mim, longos anos para aperfeiçoar a melhor ambrosia. Me faltam as horas de fogão de Elusa, me falta quebrar muitos ovos, mexer muita panela, mas sigo no meu caminho de aprendiz, persistindo a procura da ambrosia dourada.
Assistam agora a maior obra cinematográfica realizada pela Vergonha Alheia Própria Produções, um filme incrível, um quase documentário, um quase reality show, um quase vídeo modo de preparo, aliás tentem descobrir como se faz o doce no meio desse diálogo tão profundo entre amigos, drinks, doces, cafés e cigarros.




INGREDIENTES:

• 1,5 litros de leite de saco. (aqui não me refiro a esperma)
• 9 ovos, vermelhos e caipiras. (tipo os do Zé Dirceu)
• 600g de açúcar, cristal. (não do refinado como gosta o Aécio Neves)
• 1 colher de sopa de cravo da índia. (ou de um indiano se preferir)
• canela em pau. (não me vem com pó, é pau)

sábado, 16 de outubro de 2010

Arroz com Galinha e Tosca.














Vamos falar de amor.
Sobre os opostos que se atraem e os iguais que se procuram.
Sou o oposto. Sou lerdo, preguiçoso, com pouco senso de orientação, pareço burro ás vezes e sou canhoto, nem todas são qualidades.
Já Lucia é completamente o contrário, é destra, é muito inteligente, tem um GPS na cabeça, hiperativa e rápida na maioria das vezes, o que é uma grande vantagem.
Eu e Lucia nos amamos. Nos amamos tanto que fizemos uma filha, um amor incondicional.
Hoje os nossos opostos criam um ser humano maravilhoso.
O que tem em Alice é nossa completa mistura, mistura essa que tem em toda a criação da Baba, nossa cachorra.
A Preta Gil é o maior exemplo de que o amor por um filho é incondicional. Gil podia ter fugido da paternidade, mas resolveu ficar e amar muito essa criatura, digo, menina de maneira incondicional. Ele ligou muitas noites para ela pra ela e falou doce ao telefone "só chamei pra dizer te amo", porque ela precisava ouvir que era amada, ele precisava convence-la dissso. Ou mesmo quando chegava da escola e contava ao pai a coleção de apelidos que ouvia diariamente, ele a consolava disfarçando as gargalhadas, "não, não chores mais, menina não chore assim, não, não chores mais. bem que me lembro da gente sentado alí...". 
Preta sim, foi criada para dar e receber, muito amor.
Ela ama sem distinção, e foi amada da mesma forma, isso pode fazer com que ela seja confundida com uma galinha, isto é, uma Paris Hilton nacional e mal acabada. Só por amar pessoas como Otávio Müller, Felipe Shure do profissão repórter, o Márcio Vitor vocalista do Psirico, a Marlenne Mattos e o Giane, mas pra mim o Giane é meio arroz, tipo os namorados da Susana, Ana Maria...O Bruno de Lucca, que não come, só acompanha.
Está sem nenhum amor? Estão de chamando de gay ou lésbica e ainda não quer assumir? Muito, muito velha? Chama o arroz!
Ele pode ser amigo, namorado ou simplesmente um companheiro.
Sem moral, com baixa estima?
O arroz é o cara. O Bruno De Lucca é o cara.
Falando em arroz, penso que no amor valem as mesmas regras da culinária. Nem tudo precisa combinar, nem tudo tem que ser harmônico. Temos medidas e elas são importantes, respeitamos isso, é o que dá o tom de uma receita, o caminho. No entanto se passarmos da medida criamos um novo sabor, pode ser bom, pode ser ruim, mas importante é curtir o momento, apreciar, e fazer dele eterno enquanto dure. Mas e se o arroz encontra o amor? Se esse arroz encontra o ingrediente que faltava? A tampa da panela, a manteiga no pão?
Por fim, se em alguma balada aquilo que era pra ser apenas um favor, um acompanhamento, ou um capricho de não querer sair de casa sozinha, transforma-se num sentimento bem maior e mais bonito.
Nesse dia o Bruno de Lucca vai olhar nos olhos da Preta Gil, e vai sentir o amor. Aquilo que primeiro veio com o gostar, depois com a paixão e culminou com o amor eterno. Nesse exato momento teriámos um dos pratos mais populares da culinária gaúcha, e das mesas da minha familia. O Arroz com galinha.
Para fazer arroz com galinha é tão simples quanto amar, basta sentir, querer muito, olhar nos olhos, ter muita vontade e claro alguns cuidados. Como os ingredientes certos...

• 7 pedaços de Susanas Vieiras, (eu usei 3 sobrecoxas, 1 coxa, 2 coxinhas e 2 asas).
• 4 xícaras de namorados dela, parboilizado,  é o que eu prefiro, mas pode ser com o branco, camil, Tio João, Uncle Bens , o amor não tem preconceitos.
• 4 cebolas médias.
• 8 dentes de alho.
• 2 caldos de galinha, (isto é opcional, pode ser feito só com sal).
• Sal a gosto.
• Salsa e cebolinhas picadas, (pode servir separadamente).

Agora fique com o vídeo que a Vergonha Alheia Própria Produções fez para o Culinária Tosca participar do concurso do canal bem simples. No bem simples você irá encontar a versão curta do vídeo, com 4 minutos de duração. Pode fazer um comentário no vídeo para concorrer a uma cafeteira, tré chique, mas para isso tem que se cadastrar no site do bem simples
Mas só aqui no blog meus amigos verão a versão extendida do diretor.
Um filme de aproximadamente 8 minutos que conta com a participação muito especial de quem melhorou muito a audiência no blog e também minha performance na vida.
Bom vídeo a todos.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Homenagem do Culinária Tosca.












O Culinária Tosca, vai fazer sua primeira homenagem.
Vou falar rapidamente de três gerações (que eu conheço), de mulheres Novaes, muito melhor, superior, e bem mais legais que as mulheres Dermacid.
Conheci a primeira delas e que pertence a terceira geração, Simone, por intermédio da minha mulher. Trabalharam no mesmo lugar, almoçaram juntas quase todo dia a mesma comida no refeitório do sistema. Perto de onde trabalhavam, encontraram uma pequena portinha que vendia doces, bolos e tortas, e aliviavam certas tensões, tanto de trabalho como mesntruais, na tal portinha.
O tempo passou, a lojinha de doces cresceu, e Lucia e Simone também.
Deixaram o antigo emprego, e passaram a viver...
Conheceram outras docerias e outros restaurantes. Num deles, num domingo Simone nos convida para almoçar, era um grego,  Acrópoles, o dono tem um belo nome, Trassivolos. Lá conheci mais duas mulheres Novaes, a mãe, Solange e Mônica da terceira geração, tal qual Ana, a caçula que nesse momento ainda não conhecia.
Comemos bem, muito bem, e eu bebo uma cerveja de nome Mithu's, olho para o lado e vejo o ator Lázaro Ramos. Isto não tem muita relevância, mas como sempre falo mal de um ator, melhor falar de um que estava sentado ao meu lado; no entanto não tenho porque falar mal do Lázaro, ele é um ótimo ator, fez ótimos filmes como: O Homem Que Copiava, Saneamento Básico, Meu Tio Matou um Cara, Madame Satã e a obra prima Cinderela Baiana. A pior coisa do Lázaro é ser casado com a Thaís Araújo, mas pior seria se fosse com o Netinho.
Do Bom Retiro, vamos para Pinheiros, Rua Padre Carvalho, 91, lá a Doceria Brigadeiro  mostra na vitrine todo seu potencial, Bolo Surpresa, Torta de Brigadeiro que provei e Pavê Delicia, que eu nem me interesso em provar, porque não gosto de bolacha molhada, só de molhar o biscoito. Então peço a torta de limão, é boa, não sensacional. Comento com dona Solange. Que me retorna com um:
– Minha mãe faz uma muito boa.
Não lembro muito como a conversa terminou, mas lembro que chegou uma carta para mim, de Curitiba, com uma receita de torta de limão. Receber uma carta hoje em dia é tão inusitado, surpreendente e bonito. Recebi muito poucas cartas na vida, mandei muitas para passar um dia com a Xuxa, e olha que eu nem gostava dela, queria só comer o café que ela mostrava na abertura do programa, passar o dia numa mansão no Rio de Janeiro, ganhar uvas e morangos da boca das paquitas. Mas antes de cada um desses sorteios tive que aguentar horas de show da gauchinha de santa rosa, suportando aquele chato do moderninho, o Cid Guerreiro, O Michael Sullivan e o Paulo Massadas, o Robertinho do Recife, toda alegria do José Augusto, mesmo as paquitas que eram legais começaram a cantar, daí estragou.
Legal mesmo só o praga, o dengue e os desenhos.
Poderia ter escrito cartas para outras pessoas e recebido muitas em troca.
Mas das poucas que recebi, uma delas tinha uma receita de torta de limão, escrita a mão, pela dona Celeste Novaes, que eu não conheci, por isso não sei se sou capaz de falar dela, e com isso prestar uma linda homenagem.

Para isso conto mais uma vez com a ajuda de uma amiga que muito conhecia essa gentil e querida senhora. Sua filha Solange Novaes, mãe de Simone, Mônica e Ana.


Carioca, quando chegou em Curitiba em 1953 com o marido e dois filhos, a primeira providência foi comprar ceroulas e camisetas. De Curitiba só não gostava do clima. Perfeccionista, dominava a arte culinária como poucos. Confeccionou vestidos para as netas que poderiam ser usados pelo avesso, tão perfeito o acabamento. Frase nunca dita: “não repare na bagunça”. A casa estava sempre arrumada como se fosse receber visitas a qualquer hora e, quando chegavam, era oferecido um cafezinho, um refrigerante, um biscoitinho. A mesa da ceia de Natal, sempre fotografada pelo filho, era digna de aparecer em revista. Adorava presentear, participava de amigo secreto mas presenteava a todos. Exemplo de filha, esposa, mãe e avó. Ganhou da neta Mônica uma placa de prata com os dizeres: “Para vó Celeste, uma mulher admirável”. Realmente o foi.
Viúva de Denio Leite Novaes, deixa três filhos e sete netos... e um fã desconhecido.

Ingredientes:


Para massa.
• 2 xícaras de farinha de trigo.
• 1/2 xícara de manteiga sem sal.
• 1/4 xícara de leite.
• 1/2 colher de chá de fermento em pó.
• 1 pitada de sal


O recheio.
• 1 lata de leite condensado.
• 1 xícara de café de suco de limão.
• 2 gemas.


A cobertura.
• 2 claras ou mais
• 4 colheres de sopa de açucar, 2 para cada clara.



quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Uma Fantástica Fábrica de Massas.














Como o insosso Charlie Bucket sou convidado para conhecer uma fantástica fábrica, no entanto não me deparo com o perturbador Gene Wilder, muito menos com o esquizofrênico Jonhy Deep, o meu Wonka se chama Ivan Bornes, um dos responsáveis pelo excelente Primo Pastifício, uma casa de massas localizada no bairro de pinheiros, na Fradique coutinho, esquina com Arthur de Azevedo.
Como o pobre Charlie, não tive dinheiro para comprar barras e barras de wonka, muito menos bandeijas e mais bandeijas de sorrentinos, como fizeram Veruca Salt, Augustus Gloop, Violet Borregaard e Mike TV. Tive que contar com a sorte.
Quando o Primo Pastifício abriu as vagas para o jantar na fábrica, em um cartaz colocado no vidro da loja, eu apenas olhava o maquinário pela janela e imaginava se poderia eu jantar com os Wonka's do carboidrato. Chovia, ventava frio, e eu me dirigia para minha humilde casa pensando nas maravilhas postas a venda nessa incrível fábrica de massas caseiras. Os felizardos saim um a um, em cada canto de São Paulo, e rapidamente a última vaga é preenchida, escuto ao longe a comemoração, eu choro, caio num desespero profundo. Quando chego em casa ligo a televisão e Cristiane Pellajo, que cada dia parece gostar mais de uma boa macarronada, avisa que o último ticket era falso, tinha saído para alguém na Rua 25 de Março, mas não era o verdadeiro e sim produzido na China, com isso reacende em mim a esperança.
No 25 de setembro, estou em minha casa, e Lucia minha mulher, lê meus e-mails, num deles o senhor Ivan Bornes me parabeniza da seguinte forma...
Olá Toscani,
Estava zanzando por ae, atrás de uma receita impossível, e me deparo com teu Blog... muito bom!
E me diverti pacas e demos muitas risadas com minha mulher lendo teu texto.
Tomei a liberdade de colocar um link do nosso blog pro teu, pra que nossa galera possa te visitar e conhecer tuas receitas subversivas de sorrentinos fritos.
Abração,
Ivan

Saí correndo de casa para agradecer o e-mail de Ivan, pessoalmente, mas um de seus Ompa Loompas me avisou que ele não podia me atender no momento, pois estava muito ocupado. Voltei pra casa e resolvi então agradecer por e-mail. Escrevi, agradeci.
A resposta chega, abro o e-mail bem devagar, só um cantinho, e vejo um pequenino ponto dourado. O senhor Macintosh , que vê minha cara de satisfação, diz para eu correr pra casa, não dar conversa, nem confiança a ninguém. Uma mulher me oferece uma bicicleta, outra R$ 200.000,00, um homem me pega pelo braço, então o senhor Macintosh me olha nos olhos e enfatisa:
– Corra para sua casa o mais rápido que puder menino.
Logo grita com as pessoas:
– Saim, saim seus abutres.
Em casa encontrei Lucia e pedi que ela me acompanhasse até a fábrica, junto com Alice minha filha. É, ao contrário de Charlie Bucket, não sou gay. 
Lá chegamos, primeiro eu e Alice, depois Lucia. Colocamos a mão na massa, comemos gnocchi, e outras massas incríveis saídas das máquinas malucas do Primo. E preparadas pela mão do Wonka número dois, Marcelo Nonohay, que encerrou a noite com um delicioso petit gateau.
Conversei muito com a senhorita Wonka, Pippi Ertel, e ela me ajudou muito dividindo o colo para a Alice.
Ivan Schiappacasse Bornes, nos servia vinhos, contava histórias e comandava o passeio pela fábrica. E também nos ofereceu um ótimo café.
Por fim, com todos presentes, inclusive a gatinha, comemos, bebemos e conversamos muito bem. Tá certo, não teve elevador de vidro, nem musicas dos ompa loompas, muito menos Wonkas nervosinhos batendo na mesa dizendo não acreditar na humanidade, como o Gene e o Jonhy. Mas o retorno para casa foi feliz, levemente embriagado e plenamente satisfeito, com a excelente companhia e jantar. Um banho na Alice, um passeio com a cachorra, um beijo na mulher e umas cervejas no novo apartamento de novos amigos encerra a noite.
Pode ser que demore pra sair um ticket wonka do primo para o amigo leitor.
No entanto a fábrica está aberta e pode ser visitada a qualquer dia na rua Fradique Coutinho esquina com a Arhtur de Azevedo, é fácil fazer uma boa comida com a ajuda dos primos.
Valei-me Nelson Rodrigues.
 
 

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Primeira Receita Vegetariana do Culinária Tosca. Sopa Gaúcha.






Como aurora precursora, levanto para fazer a primeira receita vegetariana do culinária tosca, cansado e sonolento. Esqueço até a letra do hino do Rio Grande. Do farol da divindade, que estava escondido atrás das nuvens paulistanas ainda as 06:30, num céu que se mantem nublado uma hora depois. Foi o vinte de setembro, e hoje, aqui nesta cidade cinza que comemora uma guerra perdida como nós os gaúchos, comemoro meus 8 anos de São Paulo.  O precursor da liberdade, bairro japonês e berço da civilização japonesa, coisa que não tem lá no Rio Grande do Sul, lá só tem chinas e chinocas. Mostremos valor e constância, por isso chamam nós gaúchos de arrogantes, mas somos humildes brasileiros, mal interpretados pelo restante do país, apenas temos um orgulho excessivo da nossa cultura. Nesta ímpia e injusta guerra, só queremos nosso espaço, somos brasileros que fomos separados por um tratado de Todesilhas, dos catarina pra baixo era tudo espanhol e lá ficamos, colonizados pelos Padres Jesuítas. Sirvam nossas façanhas, tal qual aos feitos de Getulio Vargas, Erico Verissímo, Luiz Felipe Scolari, Humberto Gessinger. De modelo a toda terra taí a Gisele Bunchem para provar. De modelo a toda terra como Carol Trentinni, Rachel Zimmerman, Shirley Malmann, Letícia Birkheuer. Sirvam nossas façanhas, pois o que fazemos de melhor dividimos com o mundo. De modelo a toda terra, e damos muito mais, damos atores, Paulo José, José Lewgoy, Walmor Chagas. Atrizes, Glória Menezes, Leila Lopes. Cineastas como o Jorge Furtado. Cantores e cantoras, Nelson Gonçalves, Lupicínio Rodrigues, Elis Regina. E filósofos, como Paulo César Peréio. Mas não basta pra ser livre, por isso desistimos do separatismo, fomos um país, durante os 10 anos da Guerra dos Farrapos, de 20 de setembro de 1835 a 1 de março de 1845. Mas percebemos que  ser forte, aguerrido e bravo é o que nos faz brasileiros também.  Povo que não tem virtude, mas ninguém é perfeito. Acaba por ser escravo, de uma corja, de um bando crápulas corruptos, que ficam só mamando nos fartos seios da pátria mãe gentil, como Pedro Simon (PMDB-RS) que tá lá ha tanto tempo e nada faz, ou Sérgio Moraes (PTB-RS), que não liga para a opinião pública. Isso pra citar só dois. Mas todos lembram do Emílio Garrastazu Médici.
Por isso...   
Mostremos valor e constância, diante desses politicos podres. Nesta ímpia e injusta guerra, vamos nos defender votando certo ou anulando o voto, a escolha é sua, quem sabe até pegando em armas, para cortar o mal pela raíz, como foi no 20 de setembro e acabar com a impunidade e as injustiças do Império, que continua com os mesmos barões.  
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra  
De modelo a toda terra
Sirvam nossas façanhas  
De modelo a toda terra.
Assistam agora ao video modo de preparo realizado na manhã de hoje, pela Vergonha Alheia Própria Produções. Um vídeo muito instrutivo, com uma receita extremamente nutriva e livre de carnes, para você meu amigo vegetariano que acompanha o blog, para você meu amigo gaúcho que se orgulha de tudo de muito bom que vem do nosso amado Rio Grande do Sul, como o eterno cigano Igor, personagem que ganhou vida graças ao talento de Ricardo Machi.   

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Le Enroladinho!!















Enroladinho de presunto e queijo é o que?

Pode ser larica, se você chega altas horas da madrugada, cercando o frango como me definiu um taxista, isto é, fora de um estado normal de consciência, enebriado por uma alegria inconsequente que só a imaturidade e o rock and roll proporcionam, e o samba no caso do Zeca Pagodinho. Usando ingredientes não tão tradicionais como:

• uma fatia de queijo,
• uma fatia de presunto
• três unidades de pastelina. (Pode ser pingo d'ouro, ruffles, doritos, torcida, sticky's ou palitinhos)
• requeijão a gosto.

Mas pode ser também uma iguaria culinária extraordinária se combinada com outros ingredientes, ou especiárias mais usuais. Além de um pouco de paciência e fogão. 
Para tranformar uma tradiocinal larica como enroladinho de presunto e queijo em um cardápio sofisticado da cozinha moderna e atual, é simples, basta ter em casa ou comprar:

• uma fatia pão sírio.
• uma fatia de presunto.
• uma fatia de queijo.
• um tomate cereja grande, cortado em fatias.
• um galho pequeno de manjericão fresco que nem o Giane.
• queijo parmesão ralado.
• requeijão a gosto.

Nesse caso, ou com essa quantidade de ingredientes, é bom que o cozinheiro esteja sóbrio, ou levemente alcolizado, pois cozinheiros precisam ser meio tontos, um pouco retardados, com o telencéfalo não muito desenvolvido, falo claro, não dos grandes chefs, mas dos apresentadores de programas culinários, como Edu Guedes, como Daniel Bork, como eu, quem sabe como você e como o Serra também, que come todo mundo.
Bueno, o modo de preparo foi gravado pela nossa grande parceira a Vergonha Alheia Própria Produções e eu diante das câmeras encontrei a monotonia, não tenho mais desafios, estou apto, ela não me assusta mais. Já sei atuar com as sobrancelhas como Mariana Ximenes, pender a cabeça de forma interpretativa, ora interrogativa ou agitando ela freneticamente como muito bem faz Cauã, sei mudar minha voz e tenho o talento de fazer vários sotaques parecerem o mesmo, tal qual Aracy e Tony, passo do grego ao italiano, em segundos, do armênio ao italiano também, num piscar de olhos dramáticos, do jeitinho da Regina Duarte.
Sim agradeço a instituição EAD M, D, X & R (Escola de Artes Dramáticas Marmo, Dolabella, Ximenes & Reymond) e a Escola Duarte's Dramáticas, onde já passei pelos seus vários cursos profissionalizantes na carreira de ator, por vários níveis, o Paloma Duarte, o Gabriela Duarte, o Débora Duarte, o Regina Duarte, e agora que me falta só último, a faixa preta da atuação, o nível Lima Duarte, estou entediado.
Preciso mudar, fazer algo diferente, mas enquanto isso não acontece, veja esse filme, aprenda a fazer um enroladinho, melhor que o do Marcelo Anthony, que é do bom.



quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Apresentando a série..."As diferenças entre Larica e Culinária", prato do dia: Tos Kani


















Segunda 6 de setembro de 2010, estou em São Paulo, sentando no meu apartamento, com a boca cheia de dentes, mas no caso, não esperarando a morte chegar, mas morto na frente da televisão. Vejo CQC, e me dou por conta do tempo perdido. Não pelo programa que acho bem legal, mas por ter recebido a notícia que Palmirinha está fora do ar.
Porque no Rio Grande do Sul não tinha Gazeta?
Porque não chegava lá em casa esse belo programa de culinária?
Tive a chance de ver quando mudei para São Paulo, no entanto, neguei esse canal, dizendo sentir saudades da RBS. Ah! A burrice da juventude! RBS?
Onde estava minha cabeça quando eu tinha 23 anos?
Perdi bem mais que a Diva do forno e fogão.
Perdi de acompanhar todos dias a inspiração culinária de Palmirinha e também os conselhos de Guinho.
De repente, durante o programa pensando no vazio que eu sentia, pela negligência ao programa de Palmira Nery da Silva Onofre, senti além do vazio, muita fome.
Me dirigi até a cozinha.
Na pia os kanis, descongelavam.
Abro a geladeira, retiro o requeijão em pote de vidro, aviação.
Fecho a geladeira e encontro ao lado do liquidificador, perto do bar, o sal, a pimenta, azeite, vinagre e um vidro de molho shoyu. Escolho ele.
Junto aos doces e outras laricas, que guardo em um cesto no armário da cozinha, encontro um pacote de alga marinha tostada e temperada para aperitivos. Alga ou algo que comemos na casa de Patricia Oyama, jovem, japonesa, jornalista, que nos deu a excelente dica da compra.
Então, coloco na minha frente o pacote de algas, o shoyu, requeijão e o kani. Começo comendo de maneira descordenada, sem saber o que vai com o que, quem combina com quem. Larica.
A minha definição de larica é comer só para acabar com a fome, o que eu acho muito nobre e respeitoso, sem muita preocupação com o paladar,  muito menos com a elaboração de um prato, ideia ou criação. Comer e só.
Mas nesse 6 de setembro eu laricando em frente a TV, tive uma luz gourmet, e de maneira ordenada, ensaiada.
Como se fosse algo que já estivesse ha muito tempo na minha cabeça, eu de maneira ritmada, pego uma alga, pincelo ela com requeijão, não um qualquer, mas um Aviação, o Karandash dos laticínios, e no tempo que eu pincelava a alga, num potinho com shoyu descansava uma fina camada kani, que coloquei num berço esplêndido de alga e requeijão levei até a boca onde a crocância da alga,  se encontrou com a cremosidade do requeijão, o suculento shoyu, o tenro Kani e a ácida saliva, da boca cheia de dentes e  nesse momento deixa de ser uma cena bonita. Mas se transforma num momento saborosíssimo.
Faço para minha mulher, ela come e sorri. O sorriso de Lucia é sincero, verdadeiro e quando é de prazer se torna-se maravilhoso.
Vou para cozinha.
Está mais do que na hora de tirar a poeira e as teias de aranha que toman conta do blog. Então gravo o primeiro episódio da série:
"As diferenças entre Larica e Culinária."
Saí errado, desisto. Acho que não vale a pena, afinal é só uma alga, com requeijão e Kani com shoyu.
Mas minha mulher diz:
– Vai lá grava, faz tanto tempo que tu não sobe um post...
Volto na cozinha e resolvo fazer direito.
Fazer certo, com vontade e dedicação.
Como faz o Cauã Reymond interpretando um retardado, ou a Gabriela Duarte dando vida a uma personagem sem expressão, ou mesmo o Gianechinni interpretando um homosexual.
Luz, câmera, ação! Video modo de preparo Culinária Tosca. Gravando!




segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Dono de casa eu??


















Pois é!
Tão dizendo isso por aí.
Começou com a jornalista Lia Bock do maravilhoso e recomendável, Eu lia tu lias, um blog muito legal  da revista TPM.
Depois a jornalista Manuela Macagnan do site do bebê, da editora abril reafirmou isso, numa bela matéria do portal.
Falando em internet, no canal All TV, televisão na web, veículo esse da mulher que mais viu filmes na história da televisão, isso mesmo, a filha do Silvio Santos. Uma funcionária da filha do patrão outra jornalista, chamada Vanessa Caubianco, mãe, publicitária, e ainda blogueira,  vai me entrevistar amanhã, no seu programa, chamado Lá em Casa, na All TV.
Olha aí Geyse, teu rosa tá ficando bege, tô quase mais famoso que tu!
No entanto ela também está me chamando de dono de casa...
Mas pelo que eu entendo, dono não é aquele que manda?
Nesse caso essas matérias estão me difamando, são mentirosas e caluniadoras, pois aqui em casa eu não mando nada.
Mas vamos lá, All TV, programa Lá em Casa, 16 horas.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Sanduba Imaturo da Madrugada.












A cada terça-feira relembro o maravilhoso gosto da imaturidade.
Tenho hoje 30 anos e obrigações que essa idade demanda. Sou pai, sou um trabalhador autônomo, sou um marido fiel e leal e recentemente virei o segundo guitarrista de uma banda espetácular, arrojada, transgressora e com a maior tag do twitter, chamada Heleninha Roitman and the Punk Tosko Full Glass Band Project.
Essa banda contém 5 integrantes. Renato Moikano, o maestro, a referência, o cara que arruma a casa; Katiane Romero, a voz, aquela que desarruma a casa, a encarnação viva e não meramente uma obra de ficção de Heleninha Roitman; Camis Fank, uma negra albina baixista de groove e balanço com Fank no nome; André Schröder, o homem das baquetas voadoras, baterista de corpo e alma, a bem da verdade filho do baterista da Corpo e Alma, na fase mais psicodélica do conjunto e eu Ricardo Toscani, tosco por natureza, o segundo guitarrista, uma espécie de Dennis Carvalho da banda, sem o mínimo talento, mas perseverante, inventivo, como Dennis que inventou que é diretor e que a Débora Evelyn é atriz.
Toda terça essa turma muito louca que apronta poucas e boas, além de muita confusão na seção da tarde, se reune a noite para voltar no tempo, rejuvenscer, entrar dentro de latas, garrafas, de álcool, para saudar Heleninha e fazer o rock, on the rocks, descer macio e reanimar.
Ofereço a esses amigos um sanduba pra lá de especial em agradecimento a toda alegria que me proporcionam nas noites de terça, sendo meus analistas, psicólogos tão ou mais eficientes que os taxistas.
O gosto da imaturidade é doce as vezes, salgado em outras, no entanto é saboroso sempre.

Então vamos ao saborosíssimo Sanduba Imaturo da Madrugada.

Ingredientes.

• 1 pão cacetinho.
• 4 fatias de queijo prato.
• 4 fatias finas de copa.
• Requeijão (numa face)
• Manteiga ( na outra face, como no filme do Nicolas Cage e do Travolta)

O modo de preaparo como sempre está no vídeo produzido pela Vergonha Alheia Própria Produções, um filme incrível, com camêra ousada, atuação contundente, feito na madrugada, depois de umas boas doses de imaturidade. No mais, só mais um lembrete, na verdade é um pedido:
Dj, toca um mambo caliente. 


sexta-feira, 25 de junho de 2010

BLACK OR WHITE!






















Hoje eu e mais um número correspondente a zilhões de veículos de mídia farão uma homenagem ao garoto negro, que ficou branco e hoje um ano depois, é cinza.
Sim tudo começou no dia 25 de junho do ano passado quando minha mulher se encaminhava para o fim de nossa gravidez e pensava o que de extraordinário aconteceria no ano do nascimento de Alice?
O que marcaria no álbum do bebê como acontecimento do ano?
Quem o anjo da morte rondava? Hebe, Silvio Santos, não, Deus não seria assim tão previsível, Pedro Bial...Não, Deus não seria assim tão genreroso.
Pois é todos sabemos que Deus não fez caligrafia suficiente e por isso escreve torto.
De repente ele pede para o corvo entrar em Neverland, falar com Michael e na calada da noite dizer:
– Never more...
Há quem acredite que o confuso garoto, que tinha um rato chamado Ben como melhor amigo, e era o pilar principal dos Jackson's e por isso o que mais apanhava, agora está em algum lugar, sossegado, contanto o dinheiro da turnê This Is It, dos discos que voltaram a vender e esperando um filme sobre sua vida que renderá muitos outros milhões e terá no papel principal Helena Bonhan Carter usando a mesma maquiagem do filme Planeta dos Macacos de Tim Burton.
Mas deixando de lado as teorias, vamos encarar os fatos, o cara morreu.
Virou história, marcou na linha do tempo da música e mexeu com muita gente, como o Macaulay Culkin e nos seus muitos sobrinhos de final de semana...
Enfim, como não homenagear esse homem que tocou fundo em você?
Tocou nada!! Senão você poderia ter ficado bem rico e processando o Peter Pan bicolor.

No entanto o Culinária Tosca não fica atrás, muito menos na frente - mantém a distância correta - e presta uma homenagem muito especial ao maior astro do pop com uma receita maravilhosa de brigadeiro, conhecido nos pampas como negrinho e a sua versão sem chocolate, o branquinho.
Aqui apresento a versão básica dos doces, mas acrescento o ingrediente preferido de Michael, o Garoto, branco e negro, falo aqui do chocolate.

Vamos aos ingredientes:

Negrinho:

• 1 lata de leite condensado.
• 3 a 4 colheres de sopa de chocolate em pó.
• 1 colher de sopa de manteiga

Branquinho

• 1 lata de leite condensado.
• 1/2 gema de ovo.
• 1 colher de sopa de manteiga

Agora assita o vídeo modo de preaparo oferecido pela Vergonha Alheia Própria Produções, um vídeo tão espetácular quanto a carreira musical da Latoya Jackson.



 Assim como Jacko nosso doce apresenta dualidade, não sabemos se é negro por dentro e branco por fora, ou negro na essência e branco por capricho.















Michael, mas tu mesmo já nos disse um dia...
"It don't matter if you're black or white"

sábado, 19 de junho de 2010

FIGURINHAS DA COPA!


















Vamos continuar falando de copa, até porque falo dela desde 2006, pois a África nunca ficou tão perto graças ao filósofo Vanucci.
Sou um apaixonado por futebol, torço muito pelo Sport Club Internacional, mas é na copa do mundo que me divirto. Escolho além do Brasil, outras equipes que me emocionam, até porque faz tempo que as equipes da CBF não me agradam, mas sou brasileiro, não desisto nunca. Minha relação com a copa, começa em 1986, ano que frequento a primeira série. Nesta época morava numa cidadezinha de colonização italiana, chamada Dona Francisca, a cidade toda torcia para seleção brasileira, mas se a canarinho caíssse, tinha a azurra como opção da maioria e a Alemanha, para outros. Mas isso só em copa do mundo, no intervalo de quatro anos brasileiros eram só os que moravam na COHAB ou no morro...os nigri, como diziam os senhores mais antigos e jurássicos da pacata e preconceituosa Dona Chica. Lá nessa cidade vivi minha primeira decepção na verdade duas, depois de gastar toda mesada em chicletes ping-pong, quase deslocar o maxilar, sem ainda nem saber o que era maxilar, passar horas na cadeira do dentista e ter como resultado um álbum incompleto de figurinhas, que cheiravam a hortelã e tutti fruti,  o mais curel é que não pude mais ver as vinhetas do Araquem o gooool man, atropeladas pela França numa decisão por pênaltis. Minha refeição de copa foi um típico churrasco gaúcho na cidade de Faxinal do Soturno, também de colonização italiana, voltamos todos tristes para casa, meu pai e minha mãe, muito desapontados e meu irmão que estava de aniversário neste dia, sofre um trauma menor pois ganha um presente quando entramos em casa.
Chega 1990, e agora mais outras duas decepções, a Elma Chips lança um álbum de figurinhas, um mapa mundi de plástico com graciosos personagens de cada país em figuras autocolantes, como se as figuras saísem do pacote e corressem para o álbum e automaticamente colassem sozinhas. Esse álbum tinha a misteriosa figura da Itália, sede da copa, com um simpático casalsinho dançando tarantella que dava direito a um mini-buggy, aliás qualquer coisa nos anos 80 e 90 davam mini-buggys, exceto para mim e para todos meus amigos, pois todos quase completamos o álbum, só faltava a Itália. As figurinhas vinham em embalagens prata, que descobrimos que era só esfregar na calça jeans que saia a tinta prata e a gente descobria qual era a figura sem tirar do pacote, como se desse pra devolve-las. Depois de muito estragar o estômago e passar um mês fedendo a Cheetos, que tem cheiro de peido, será por isso que se chama Cheetos?
Caímos numa oitava de final para Argentina.
Agora me restavam duas equipes, Romênia e Camarões, que foram caindo no meio da copa.
Também bebi muitas pepsi's para conseguir completar a coleção de copos com a equipe de Lazaronni que serviu meu leite com nescau até a copa seguinte. Essa termina com a Alemanhã campeã. Lembro também de muita pipoca, pinhão, e o que não gostaria de lembrar, pinhão com gemada...
O ano agora é 94, começo a tomar cerveja e com isso entender mais de futebol, começo a fumar também, o interesse pela gurias aumenta muito, mas o delas é inversamente proporcinal. Passo a ter uma vida social, colegas chamando para ver o jogo na casa deles, festinhas como meninas, mas elas não dão muita bola, a coleção que faço nessa copa é de gurias que me desprezam. O Brasil é campeão, assito a final em Porto Alegre, foi sem graça, por pênaltis.
Em 1998 as gurias continuam me dando fora, menos um pouco, parei de fumar, 4 meses antes da copa, voltei no primeiro jogo. Nesse ano já convivia com uns grandes amigos que conheci em 1995, e são umas das figuras mais legais da minha vida. E a copa foi assim, fumando, tomando cerveja, jogando super-nintendo, fumando, comendo amendoin, salgadinhos Elma Chips, churrascos. Semi-final, holanda, pênaltis, e festa na avenida Presidente Vargas, endereço das comemorações santamarienses. E todo mundo feliz com suas cervejas e cigarros dizendo já ganhou. França campeã. De novo a França.
No ano de 2002, copa no Japão e na Coréia, nada supera o fato de poder beber as 8:00 da manhã. Nessa copa já tinha uma namorada, ela estava em São Paulo, trabalhando, eu no meu último ano de faculdade. Minha turma inventou as sextas-gordas, dia da semana que escolhiamos um tubérculo, ou raiz ou massa, fritávamos e comiámos até explodir. A final foi em grande estilo, numa cidade de colonização alemã, Agudo, assistimos o jogo Brasil e Alemanha, era inverno e eu prometi que me atiraria na pisicina se o Brasil fosse campeão, chovia, era de manhã, frio e eu já achava muito boa idéia a Alemanha ser campeã. Depois de muitos pastéis, risólis e outras frituras chega a hora de gritar é campeão e pular na pisicina. Foi bom, sem gripe, pude tomar mais uns tragos e me esquentar de novo.
Em 2006, moro em São Paulo, grandes amigos criam um brinquedo revolucionário, o bobueno, com o intuito de aliviar todas tensões da copa. É o ano do quadrado mágico, mas como toda mágica é ilusão, deu França de novo, mas ela perde na final para Itália do Zambrota.
Amendoin japonês, salgadinhos torcida e a África é logo ali, são as coisas que mais me lembro da copa disputada na Alemanha.
Agora o ano é 2010, tenho uma filha, continuo com a mesma mulher da copa de 2002, temos uma cachorra que está com a gente desde 2001, e um blog de culinária, e não tenho medo de usa-lo (frase de um dos criadores do brinquedo revolucionário, e conselheiro do blog).
Então é com esse poder que tenho, chamado Culinária Tosca, que apresento um quitute extraordinário, que me deixará livre dos salgadinhos Elma Chips e Torcida para sempre. Um produto canarinho, um produto de raíz, a mandioca. Mandioca essa que deveria estar na boca e no brioco de Galvão Bueno e na ponta de cada vuvuzela, silenciando os dois barulhos mais insuportáveis dessa copa.

Vamos aos Ingredientes:

• mandiocas, cruas e bem lavadas.
• um bom ralador, ou uma faca bem afiada.
• óleo para fritar.
• sal a gosto.

Assista ao vídeo modo de preaparo, da vergonha alheia própria produções, um vídeo que ensima muito mais do que cozinhar, ensina a aceitar o seu verdadeiro eu, por isso para de se enganar e sai do armário Gianecchini.

















A sugestão de consumo das mandiocas-chips é um bom bife de contra-filé cortado em tiras.















Prato que deu errado:

Batatas ao forno.

Ainda tenho que descobrir a maior falha, mas não é só ralar a batata e colocar no forno, é mais complexo. Não ficou ruim, mas não ficou como eu esperava, como eu queria.
Mas sigo tentando, até encontar a solução.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

SERÁ QUE DÁ SANDUBA?

















Cara amiga Unilever, agradeço muito o presente que vocês me mandaram, achei a hellmans deleite, um deleite, eis que após realizar duas receitas com essa nova maionese, entendi o seu nome.
Correu tudo muito bem, tanto no almoço, na receita da dona Tina, que rebatizei de frango deleite, quanto na sobra dele, onde fiz o sanduba, e respondendo sua pergunta.
Sim, dá sanduba. E fica bem bom.
No entanto não fica bom, nem bem, encher o mundo de embalagens de plástico, que inclusive mascaram o verdadeiro sabor de seu produto, no caso, a verdadeira maionese.
Será que dá pra ser mais ecológico?
Será que dá pra voltar a ter um mundo com mais sabor?
Lembro da Coca-cola de domingo, 1 litro apenas, em embalagem de vidro, servida gelada no almoço, para fazer descer o churrasco, 1 copo pra cada um, em casa éramos seis, mas sempre sobrava um restinho que ia pra geladeira com uma colher de chá no bico, para evitar a saída do gás. Esse resto, preto e gelado e possívelmente sem gás, era o motivo de muitas batalhas dentro de um doce lar, o irmão que não praticasse a fraternidade, e sorrateiramente abrisse a geladeira, retirasse a coca cola, a colher do bico da garrafa, e servisse num cristal cica, sem a mínima preocupação com os de mesmo sangue, mereceria ter o seu derramado, na porta da geladeira iluminada pela triste luz do entardecer de um domingo gaúcho.
Mas prefiro lembrar de coisas mais felizes, como o pote de vidro da maionese hellman's, na mesa do lanche da tarde, com pão quentinho na mesa. Abre-se o pão, manteiga numa face quente, come enquanto a outra esfria, vidro de maionese quase vazio ao lado, termino o pão com manteiga, tomo o vidro nas mãos e enfio, gentilmente, a outra face de pão, faço ela percorrer todos os cantos do vidro, envernizando o meu pão, ele sai do vidro amarelo e brilhate, e enfio na boca de maneira nada gentil, sou um glutão em fase de crescimento.
Onde está minha infância querida que as empresas não trazem mais?!
Elas perderam o prazer do tato numa embalagem e a idéia do reuso, mas eu não.
Quantas compotas de doces comi...
Ambrosia, doce de leite, doce de abóbora, figadas, (aqui eu minto um pouco, quando criança não gostava muito de figada), mas tem gente que gosta, e lembra de quando abria o seu doce predileto, com açúcar, com afeto, num vidro com tampa laranja escrito hellman's bem aproveitado por aquela tia do interior.
Isso existe pouco hoje em dia, e se continuarem produzindo assim em plástico we're all going to hellman's.
Desculpem, acho que saí um pouco do ar, voltei no tempo mesmo. Acontece que essas minhas lembranças estão completas, elas tem cheiro, cores, sabores, e ainda hoje escuto os xingamentos que ouvi por não ter dividido o restinho da coca-cola de domingo. E tato não faltava, não só pelas embalagens de vidro que tocava, mas pelos cascudos que tomei, os pontapés que dei, o vento na cara pelas velocidades que alcancei...
Pois é, que histórias temos por trás de uma coca-cola pet de 3 litros?
Hoje não se chora mais escorregando na parede, com as mãos tapando o rosto, gritando não, mil vezes nãoooooooo, pelo vidro de maionese que caiu no chão, ele no plástico é imortal, a natureza que o diga.
Choremos pelo plástico derramado!
Será que dá sanduba me perguntam.
Será que dá pra fazer um mundo com bem menos plástico?
Será que dá pra ser de vidro?
Será que dá pra ser um pouco menos egoista?
Será que dá pro elenco da Globo fazer mais cursos de atores?
Será que dá pra Record fazer um programa original?
Será que dá pra chegar num lugar pior do que um ator numa novela do SBT?  Ou cantor? Força aí Tony Garrido.
Será que dá pra passar os ingredientes?

Ingredientes:

SANDUBA, TACO DELEITE.
• pão sírio.
• frango deleite (no caso foi sobra do almoço).
• queijo
• rodelas finas de tomate. 
alface americana.
• uns dois fios de azeite.
• hellman's deleite.
• manteiga.

SANDUBA, CACETINHO DELEITE.
• pão cacetinho ou francês (daí nesse caso pode chamar francês deleite).
• frango deleite (no caso foi sobra do almoço).
• queijo.
• rúcula.
• hellman's deleite.
• um pouco de manteiga, todo pão merece manteiga.

Será que dá pra mostrar o modo de preparo sem fazer piadinhas com as limitações cênicas do elenco da globo, record...sbt...
Vem aí o vídeo modo de preparo da decadente Vergonha Alheia Própria Produções, pior que falar mal da A Vida Alheia, não estou falando da série, mas se serviu o chapéu...

Modo de Preparo:

 


segunda-feira, 12 de abril de 2010

ANUNCIE AQUI!



















Amigo empresário este post é pra ti.
Estou aqui para lhe alertar algo muito importante e dizer, que estão te enganando.
Só estão contigo pelo dinheiro, não te amam, pouco te querem, querem apenas o que tu dá, não te dão que o precisa, não te fazem cafuné, não te falam doçuras, muito menos cantam pra ti dormir.
Mas eu estou aqui, pelo menos duas vezes por mês, trazendo alegria, me jogando na frente de um trem carregado de vergonha alheia própria, pra lhe fazer brotar o riso, e te dar o que comer. Eu te dou pão e circo. Tudo o que o povo sempre quis desde os tempos mais remotos, onde a camisinha sempre foi um bom programa.
Mas o que Luciano Huck já te deu em troca? E a Angélica, ela nunca ofereceu seu sexo saudável banhado com Dermacyd, ela prefere dar pro Huck, nem a Giovanna Antonelli, outra mulher Dermacyd, ela fica correndo atrás do Zé Mayer, como vemos toda noite depois do Jornal Nacional, a Grazi Massafera a nova musa da higiene íntima prefere o Cauã, esse Cauã. E o que dizer da Claudia Leite? Ela só quer o teu dinheiro, não quer mais nada de ti, ela quer mais é beijar na boca e ser feliz, mas com a tua grana.
Por isso empresas façam como a Unilever, que me mandou um pote de maionese Hellmans Deleite oferecendo seu produto para um teste do Culinária Tosca, dando a cara a tapa. Me perguntando será que dá sanduba?
Saberemos.
Mas antes vou ver se dá muito mais que isso.
Será que dá almoço?
Isso mesmo, eu mostro no blog com oferecimento da dona Tina, mãe do meu caro amigo, Fábio Dias, sogra da querida Camila Dallavechia, quem cozinhou esse prato na primeira vez que comi. Camila cozinhou mas Fábio Dias ligou para sua mãe e transcreveu a receita que coloco no blog, do jeitinho que chegou no e-mail para mim.

Ingredientes:

toscani,
segue a receita:

receita da Tina, mãe do fábio
 

ingredientes:
- frango (coxas e sobrecoxas, o que achar melhor, tem gente que gosta mais de sobrecoxa) na quantidade que encha uma forma (assadeira)
- 1 pacote sopa de cebola (ou creme de cebola)
- sal (pra deixar salgadinho o creme de cebola), ela falou que pode usar um pouco de tempero arisco... mas acho desnecessário, a arisco nem te deu nada!!!
- maionese helmans comum (sem os temperos que algumas versões tem)

preparo

- misture um pouco de sal no creme de cebola, pra deixar mais salgadinho
- com as mão esfregue o creme de cebola nos pedaços de frango como se estivesse salgando-os.
- coloque os frangos temperados na assadeira, bem encostados um no outro de modo que preencham todo o fundo da assadeira.
- com uma colher, cubra os frangos de maionese. Pode bezuntar sem dó. Pode ser generoso e cobrir mesmo. Colesterol é para os fracos! Preencha bem os espaços entre os frangos (por isso que eles tem que ficar bem próximos, pra não ter muito espaços cheios de maionese...)

asse...

toscani,
faltou o tempo de forno. quer que eu ligue pra ela e tire essa dúvida e mais alguma que tu tiver? ou tu usa o teu feeling?


sirva com alguma salada e um arroz branco sem muita frescura...

abraço


Acompanhem o vídeo modo de preparo.
Mais uma excelente película, digital, da Vergonha Alheia Própria Produções.

 




sexta-feira, 26 de março de 2010

JANTAR ROMÂNTICO, SALMÃO ACEBOLADO E BATATAS COM ALECRIM.

O mês de março chega ao seu vigésimo terceiro dia, o ano é 2010. O blog comemora 1 ano 21 dias. E eu ao lado de minha amada, comemoro 9 anos de união.
Em nove anos podemos fazer muita coisa, criar uma vida, por exemplo,  uma só não, duas. Qatro meses depois que começamos a namorar, em meados de julho de 2001. Eu e Lucia, encontramos Baba, a cocker spaniel mais incrível, a cachorra que pensa que é gente, uma pessoa cachorro como gostamos de chamar, e o mais intrigante é que ela nos convenceu dissso.
Depois de muitos "Let's get it on" e leituras de Carlos Zéfiro, surge em 2008, 02 de novembro, aliás provando que nem em dia de finados o meu sem ombro morre, assim é concebida, Alice.
Que nasce em 19 de julho de 2009.
Duas vidas. A cachorra me ensinou a ser pai a minha filha me ensina a ser um homem melhor, todo dia.
É maravilhoso o que se evolui em nove anos.
Mas também é vergonhoso perceber a involução. Claro que assumir isso tem um pouco de grandiosidade, no entanto o que mais vem a minha cabeça é que tenho muito o que aprender. Ainda sou fraco e incipiente.
Nesse um ano de culinária tosca, diante das camêras não passo de um Cauã Reymond dirigido por um Daniel Filho, com um roteiro de Os Mutantes Caminhos do Coração, nas mãos.
Piadas fracas, sem timming. Sim a vergonha alheia existe, e saibam ela dói mais em mim do que em vocês, pelo menos isso é o que me consola.
Não importa!
Eu tenho o que comemorar! São nove anos com a mulher que amo, com a cachorra mais companheira e fiel e com uma filha que me faz acordar rindo toda manhã e me olha com olhos tão espertos e cheios de vida, curiosos por mais um dia, de amor, carinho e alegrias.
Tá o primeiro ano do blog teve seus tropeços e quedas, momentos em que amigos diante de seus computadores pensaram, não faça isso Tosca...
Tarde de mais, já temos um ano e outro vídeo do Vergonha Alheia Própria Produções.
Antes de mais um sucesso, vamos aos ingredientes do jantar romântico.


Ingredientes:

Salmão acebolado
• Um pedaço de salmão
• Dois limões
• Três cebolas grandes
• Uma cabeça de alho
• Meio tablete de manteiga

Batatas com sal grosso e alecrim.
• Sete batatas grandes
• Um maço de alecrim fresco
• Sal grosso a gosto

 

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

MORRI, MAS TIVE OUTRA CHANCE.










Morri um pouco ontem.
Por isso nem consegui gravar o vídeo modo de preparo do Culinária Tosca.
Subi aos céus e lá encontrei muita gente legal, Jimi, Janis e Jim.
Fui recebido por ninguém menos que a própria morte, e como disse Cazuza:
"Eu vi a cara da morte e ela estava viva."

Ela era uma mulher muito bonita, achei então que o passeio prometia, mas até o momento não sabia que era só um passeio, digo, um susto.
São Pedro é gente finíssima, foi o primeiro que conheci, anda meio distraído com o tempo é verdade, mas cuidar da metereologia e das portas do céu ao mesmo tempo não é fácil, aliás ele tá dando um jeito de contratar o Zé Ramalho.
Mas é importante dizer aos amigos o que me levou ao céu.
Estava eu em casa, com minha filha e minha cachorra, enquanto minha mulher saiu para trabalhar. Coloquei Alice para dormir e liguei em Viver a Vida. Aquilo estava horrível, pior que a Preta Gil bronzeda, quando o Manoel Carlos fala em superação isso vale para todos, inclusive para ele, eu fiquei uma semana sem TV, umas três semanas sem ver novela, e aquilo não anda.
Embora pareça que eu tenha tentado o suícidio, não foi nada disso.
Resolvi fazer um lanchinho para acompanhar a trama atrapalhada de Maneco.
Há tempos, fiz um post sobre frituras, nele conto sobre a minha imensa vontade de fritar sorrentinos, iguaria argentina que parece um ravioli gigante e redondo.
Ontem abri minha geladeira e lá estavam eles, gordos e reluzentes, como a Preta Gil cheia de Cenoura & Bronze; então pensei que este era o dia D e hora H, como a canção de Paulo Ricardo e Luiz Schiavon.

Esquentei o óleo, peguei a frigideira, joguei o fósforo na gordura, seguindo o velho macete para quando ele acender saber que o óleo está bem quente.
Ele acende e eu jogo os sete sorrentinos.
Que visão, aqueles pastéis pequenos e redondos ficando douradinhos, um filme vem a minha cabeça - quase 3 anos depois de ter provado o meu primeiro sorrentino na calle Charcas, número 4001, no restaurante A Manger e pensado na possibilidade de fritá-los, hoje os encontro a duas quadras da minha casa num lugar chamado Primo Pastificio.
Recomendo!! Aliás esse será um novo serviço oferecido pelo blog, lugares onde se come bem, onde o atendimento é legal e onde há uma preocupação sustentável (e limpa!) relativa as embalagens e recipientes para servir, o Primo Pastifício é um deles, no entanto falarei melhor deles noutra ocasião, num post exclusivo.
Retiro os sorrentinos, sete preciosidades douradas, recheadas com presunto e queijo, choro de emoção, o filme chega ao fim e parece que teremos um final feliz.
Mas ainda resolvo passar um bife de contra-filé para acompanhar as iguarias.
Sento em frente de Manoel Carlos. Como o primeiro, o segundo em seguida, o bife, o terceiro, quarto, bife, bife, bife, restam dois sorrentinos. Agora só resta um, e um pedaço de carne que é dividido em 4 pequenos pedaços, como o sorrentino cortado em quartos.
Um, dois, três e quatro, as luzes se apagam.

Vejo uma luz no fim do túnel, corro em direção a ela...
Um clarão enorme me cega, uso as mãos para proteger meus olhos...
De repente...
– Juliane Moore?
– Não Tosca! Sou apenas a materialização de alguém que você gostaria de ver...
– Então quem é você?
– Sou a morte!
– Não pode ser... mesmo? Mas nem todo mundo gosta da Juliane Moore...
– Isso é o legal na profissão, quando recebi o Renato Russo, eu estava de Pedro Bial e ele amou.
– Então, aqueles sorrentinos foram meus últimos? Mas logo agora que descobri tão perto de casa...
– É, mas foram sete, e mais um bife...
– Mas eu sou pai... preciso ver minha filha crescer...
– Devia ter pensado nisso antes...Vamos dar uma volta.
Dona Juliane, me mostrou muita coisa, mas depois me deixou sob os cuidados de Renato Russo que me sugeriu três receitas para o blog, Rosca Queimada, Croquete Agasalhado e Biscoitos Molhados. Achei um papo estranho e pedi que se ele não se importasse gostaria de ser guiado por outra pessoa. Meu pedido foi aceito, me mandaram o meu conterrâneo, Humberto Gessinger.
Lá vi muitas coisas legais, mas o que mais me chamou a atenção, foi uma lista que São Pedro carrega. Vários nomes interessantes, Silvio Santos, Rod Stewart, Hebe, Maurício Mattar e o que segundo São Pedro já tá fazendo hora extra, mas ele está com medo de chamar pra perto...
Lulu Santos.

Enfim fiz um trato com o Homem, ele disse, com aquela voz de santo:
– Filho você pode voltar e divulgar sua receita, mas terá que me prometer três coisas.
– A primeira e mais importante, ser sempre um pai amoroso para sua filha e fazer o álbum da menina que já tem sete meses. Um pai fotógrafo, que também ilustra, e ainda não fez nada para pobre menina é muito feio.
A segunda é, utilizar o dom da culinária para ajudar o próximo, lembre-se da caridade.
E a terceira. Por favor pare de falar mal do Erik Marmo, eu gosto dele. Ele tem problemas, não é um bom ator, mas tem um coração proporcional a sua falta de talento.

Ao jurar perante Juliane Moore, Humberto Gessinger, Janis, Jimi e Jim para São Pedro eu ganhei mais uns bons anos aqui nesse plano.
Com isso apresento os sorrentinos fritos:

Ingredientes:

• Sorretinos
• Óleo para fritar.


Modo de preparo:

Jogue azeite numa panela, coloque um fósforo apagado, quando ele acender o óleo está no ponto, remova o palito e jogue os sorrentinos.
Deixe fritando de 3 a 5 minutos, virando para dourar por igual.



quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

PRIMEIRA RECEITA CRIADA EXCLUSIVAMENTE PELO CULINÁRIA TOSCA!






















Tá bom, tá bom, não vamos exagerar, foi só uma adaptação.
O suco me foi apresentado pela lancheria Rockets na Melo Alves, depois da montagem da minha exposição fotográfica fomos comer um hamburguer. Gatinha pediu um suco, ele chega, ela dá um gole, de repente ouvimos um coro celestial...
"ÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓhh"
Gatinha enlouquece, vicia.
Eu tomava um chop, mas quando provei o pequeno gole oferecido por ela, e senti um gosto que eu já conhecia mas não lembrava de onde, fiquei extasiado e intrigado ao mesmo tempo.
Depois de algum tempo tentamos desvendar a receita, fazer o suco em casa. Compramos polpa de morango, procuramos uma receita de limonada suiça, colocamos tudo liquidificador, mas ainda faltava muito para acertarmos.
Voltamos a fonte, tomamos outro suco e percebemos que não tinha apenas polpa, tinha morango mesmo. Colocamos então uma caixa, mais a receita de limonada suiça que levava 4 limões com casca, deixou o suco muito ácido. Ainda longe.
Chega o dia que coloco, duas caixas de morango, dois limões com casca. Ainda nada, mas está quase, falta bem pouco. Um detalhe, como usar dois limões, sendo que um com casca e outro só o suco, salva a receita.
Chego ao sabor que queria, não fical igual ao Rockets, mas o gosto familiar que senti quando provei o suco no restaurante vem a minha cabeça e principalmente as minhas papilas, era o Fura bolo, não lembra, não conhece?
Sem problemas esse aqui é o famoso picolé da antiga Gelato, que por aqui, depois virou Yopa. O picolé tão gostoso quanto sádico, imagina, morder uma mão com o dedo em riste, era como se o Tio Sam dissesse "I Want You" e tu cortasse o barato do senhor imperialista, com uma mordida, ou simplesmente vingava no picolé o dedo que a mãe, pai ou irmão apontou pra ti dizendo...
"Viu, eu não te disse guri!?"
"Está de castigo piá!"
"Tu nunca vai me ganhar no futebol de botão, tu é podre."
Bons momentos tive com o fura bolo, um alento, um amigo nas horas difíceis e domingos ensolarados.
Então diante do liquificador de casa, depois de alguns outros deliciosos goles, batizei o suco de fura bolo, que ficou com os seguintes ingredientes, duas caixas de morango, um limão espremido e outro com casca, tudo batido com açucar.
Fui aprimorando a técnica, essa receita acima sempre rendeu uns quatro copos bem cheios, um litro. No entanto vieram a minha casa uns amigos para almoçar, coloquei uma caixa a mais e uma polpa de morango para dar um copo bem farto par cada um. Nesse momento a polpa entra na receita, não é indispensável, mas cumpre bem o seu papel, como o Edwin Luisi numa novela de época.

Ingredientes:
• 2 caixas de morango.
• 1 limão inteiro (com casca).
• 1 limão espremido (só suco).
• 1 copo de 250 ml de água.

• 1 sachê de polpa de morango, (opcional).

• Açucar a gosto.



Modo de preparo:
Agora assista o vídeo da Vergonha Alheia Própria Produções, se você já achava ruim, saiba que sempre pode piorar, não é Preta Gil!?